Pesquisa com telepatia durante os sonhos


 

 

 

 

Pesquisa com telepatia durante os sonhos.

 

Montague Ullman, Stanley Krippner e mais quatro assistentes desenvolveram uma série de experiências com sonhos que tinham a seguinte metodologia básica: "um voluntário podia chegar ao laboratório tarde da noite, pronto para dormir. Entrava no quarto, deixava que lhe prendessem eletrodos conectados à um monitor de um eletroencefalógrafo que estava instalado fora do quarto e recebia instruções sobre os procedimentos daquela noite. Em casos especiais, o voluntário podia ser orientado para concentrar-se na identificação do alvo a ser apresentado durante o sono. Assim preparados, os voluntários iam para a cama."

"Enquanto isso, num outro quarto, alguém da equipe, no papel de "experimentador", sentava-se para observar o eletroencefalógrafo. Em um terceiro aposento, à prova de som, mas que possuía uma campainha conectada com o experimentador, ficava outro colega (um "transmissor", ou agente) esperando um sinal para começar. Quando a atividade do eletroencefalógrafo indicava que o voluntário estava entrando no primeiro estágio de sono REM, ou sonhando, o experimentador pressionava o botão da campainha e alertava o transmissor, que abria um envelope selado. Descobria só então a ilustração-alvo daquela noite e que, em geral, provinha de um grupo de doze imagens."

 

 

"As ilustrações-alvos eram reproduções de pinturas de artistas famosos. Todos os quadros caracterizavam-se por elementos de forte conteúdo emocional - temas arquetípicos, colorido forte - ... e possivelmente constituiriam um poderoso sinal telepático. O transmissor foi orientado a se concentrar no alvo e para tentar uma projeção mental da pintura, de qualquer maneira que pudesse, inclusive pela elaboração de imagens mentais e pela escrita de palavras livremente associadas. No momento em que o eletroencefalógrafo indicasse que o período REM acabara, o transmissor recebia instruções para sustar as emissões. O voluntário, então, era acordado pelo experimentador por meio de um interfone e devia relatar aquilo que sonhara, gravando em uma fita antes de dormir. O mesmo ciclo - dormir, sonhar, gravar o sonho - repetia-se de quatro a cinco vezes por noite. Na manhã seguinte, a sessão era concluída quando o voluntário fizesse uma revisão dos sonhos da noite, acrescentando qualquer associação nova que viesse à cabeça. O conjunto completo das observações daquele indivíduo era transcrito e anexado às cópias do conjunto total de doze ilustrações que haviam sido utilizadas. Tudo isto eram enviadas à três juízes independentes. Sem nenhuma pista, como por exemplo as ilustrações realmente utilizadas pelo transmissor para servir de alvo, os juízes tinham que classificar as transcrições para que correspondessem a cada um dos alvos. Uma ilustração-alvo considerada a identificação mais correta recebia o número um; aquela que fosse a menos parecida ganhava o número doze; e numeravam-se as restantes com os dígitos intermediários."

"De início, diversas experiências produziram resultados estatísticos inconclusivos, mas existiam "acertos" em números suficientes para convencer Ullman e Krippner de que estavam no caminho correto. Quando, por exemplo, a assistente de pesquisa Sally van Steenburgh, como transmissora, concentrou-se na imagem do quadro de George Bellows, Dempsey e Firpo (uma pintura escura e forte de dois pugilistas lutando no Madison Square Garden, em Nova York), o voluntário relatou um sonho que envolvia "algo sobre Madison Square Garden e uma luta de boxe". Ao passar a projeção da ilustração-alvo Noite Mística (um trabalho de Millard Sheets que representa uma dança ritual de cinco mulheres num arvoredo verdejante), seu voluntário acordou lembrando que em seu sonho parecia "estar com um grupo de pessoas (...) participando de alguma coisa", "uma porção de montanhas e árvores". "O que mais me impressionou nisto tudo, ainda, foram as árvores, o verde e o campo." O indivíduo lembrava-se "de algum tipo de caráter primitivo (...) quase posso dizer que era um tipo de ritual tribal na floresta."

"Na noite em que o assistente de pesquisa Sol Feldstein projetou Zapatistas (quadro de José Clemente Orozco que retrata um grupo de índios mexicanos seguidores de Zapata, ao cruzarem as montanhas), o voluntário ... viu "uma viagem (...) uma cena muito distante" ... "uma sensação de" Novo México, vira índios e "uma porção de montanhas"."

Ullman e Krippner sentiram que seu laboratório de sonho atingira uma primeira meta, que era mostrar não apenas que os sonhos paranormais poderiam ser estudados com rigor, mas que até se conseguia, em certas medida, controlá-los. Agora já era tempo de apurar as técnicas. Primeiro, analisaram o relativo sucesso com que voluntários e transmissores se comunicavam entre si. Erwin, o sonhador na experiência de Zapatistas, foi considerado como o voluntário que fornecia mais respostas e Felstein como o transmissor mais eficiente. O fato de Feldstein conseguir quase que o dobro de acertos dos outros transmissores sugeria que o transmissor representava mais do que um mero participante passivo. E isso indicava que a telepatia (percepção extra-sensorial dos pensamentos do transmissor), mais do que a clarividência (percepção extra-sensorial da própria ilustração-alvo), era um fenômeno fundamental no processo."

"... Krippner e Ullman resolveram concentrar a próxima série de experiências no potencial telepático de sonho de Erwin, como voluntário e de Feldstein, como transmissor. No outono de 1964, trabalharam com os dois moços em sete noites de induções de sonhos. Desta vez, os resultados foram ainda mais impressionantes do que nas ocasiões anteriores. Os três juízes que analisaram as transcrições acharam cinco acertos nas sete transcrições. ..."

"Mesmo assim os céticos não se convenciam. Argumentavam que se pode encontrar em qualquer sonho alguma correspondência com quase qualquer alvo, se tivermos a intenção de encontrá-lo. Como resposta, Ullman e Krippner transformaram o processo de julgamento em algo mais sofisticado ainda e variaram os esforços de transmissão/recepção em seus apelos para o sonhador. Feldstein recebeu um sortimento de recursos físicos, com os quais poderia reforçar a projeção de sua ilustração-alvo, parecendo um jogador de mímica tentando "passar" uma palavra secreta. Para enviar uma imagem da ilustração-alvo Interior da Sinagoga, por exemplo, recebeu velas para acender e um objeto com inscrições em hebraico ... Nesse período, em seis das oitos noites, a correspondência entre os sonhos de Erwin e as ilustrações-alvo foi considerada como "acerto direto", e nas duas noites restantes ganhou o comentário lacônico de "direto". Pelos cálculos de Ullman, a chance de que tantas meras coincidências pudessem ocorrer seria de 1 para 1.000."

 

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"... Ullman e Krippner concluíram que as pessoas abertas às possibilidades da percepção extra-sensorial, que estão no relativo conforto dos laboratórios e que conseguem lembrar seus sonhos, têm uma razoável probabilidade de experimentar sonhos paranormais em situações controladas cientificamente."

"Tais pessoas tem probabilidades até maiores de percepções telepáticas se as ilustrações selecionadas como alvos contiverem imagens de emoções fortes, com as quais o receptor e o transmissor se identifiquem pessoalmente. Homens, em geral, conseguem mais acertos do que as mulheres, com alvos que incorporem temas sexuais ou agressivos, observação que os autores explicam pelo fato dos homens serem mais propensos a sonhar com esses temas."

"De modo similar, quase sempre, as mulheres tendem à uma sensibilidade maior aos detalhes formais e às cores das imagens do que os homens, fornecendo informações mais apuradas em termos de nuances de cor e de detalhes de contorno dos alvos artísticos. Temas que envolvam alimentos, bebidas, assuntos religiosos - interesses básicos para ambos os sexos - são bem percebidos por todos os participantes, em qualquer contexto."

"Até agora, ninguém conseguiu suplantar as experiências de Maimonides. Pesquisadores do sono da Universidade de Wyoming, em Laramie, tentaram duas vezes e falharam. Os mais cínicos insinuam que os cientistas do grupo de Maimonides (Ullman e Krippner) comportaram-se como tolos ao verem conexões paranormais, pois era isso mesmo que queriam provar. Outros imaginam que a esfera positiva de Maimonides fora suficiente para fornecer à capacidade telepática dos experimentadores uma oportunidade boa para se expressar, já que a latente hostilidade de Laramie abortara os testes. David Folkes, supervisor das experiências realizadas em Wyoming, considera que uma atitude extremamente cética empanou os resultados de seus testes. ...."

 

(Extraído do livro No Mundo dos Sonhos, paginas 145 a 149, Ed. Abril Livros, autor não indicado)

 

 

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