Terapia da Regressão

 

Hipnose

 

O SONHO DA CASA DE MADEIRA


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Não deixe de ler a página explicativa dos exemplos.

 

 

L.A., homem, 54 anos, chegou no consultório do autor, juntamente com sua esposa, trazendo sua filha mais nova. A queixa era que a menina usava droga e que havia fugido de casa por algum tempo por causa disto. Ela havia retornado à sua casa e aceitado se tratar. O autor tratou da filha e, como é comum nestes casos, procurou orientar os pais. Além do que, a fim de facilitar o tratamento da filha, receitava essências florais para os pais. Com o uso das essências florais L. A. começou a passar por muitas transformações, o que o levou a se interessar por se conhecer interiormente. Passou, então, a praticar a Alquimia Simbólica.

O sonho e a análise que vem a seguir aconteceram em uma época em que a filha teve um pequeno retrocesso em seu tratamento. Imediatamente apareceu nos pais o medo de tudo voltar ao que era antes. Para melhor entendimento do sonho é preciso relatar que esta menina era filha adotiva e sua mãe biológica era considerada pelos pais adotivos como "perdida". L. A. era uma pessoa de moral extremamente rígida e que apesar de gostar muito dos filhos não conseguia se aproximar deles. Com o uso da Alquimia Simbólica sua sensibilidade e afetividade começaram a fluir mais espontaneamente criando uma maior proximidade com os filhos.

 

O sonho:

"Eu estou em uma casa. É uma casa muito bonita. Ela é toda em madeira e tem dois andares. No andar de cima tem uma varanda, eu estou lá. Vejo um caminhão guincho da polícia pegando um carro verde claro e suspendendo-o com o objetivo de leva-lo até uma delegacia. Vejo vários homens trabalhando para conseguir guinchar o carro. Reparo que eles estão olhando para mim. Saio lá da varanda e entro dentro da casa. Nesta hora fico impressionado com a beleza da casa. A luz não era muito forte e isto me faz pensar que era inverno, e eu estava em um outro país que nesta época do ano não faz muito Sol. Fecho a porta, procuro uma maneira de espiar o que eles estão fazendo lá em baixo. Ajoelho e olho por debaixo da porta. Enquanto estou olhando aparece um policial, que de dentro do carro da polícia, está olhando para a porta. Nossos olhos se cruzam. Sinto como se eu tivesse sido condenado. Acredito que aquele policial pensa que se eu estou olhando por debaixo da porta é porque eu sou culpado. Resolvo me esconder. Com este intuito me jogo para trás da parede. Fico naquele lugar com a certeza de que a polícia vai querer me caçar. Me levanto e vou procurar um lugar para me esconder na casa. Não encontro. Fico desesperado, principalmente porque sei que não fiz nada.

Aparecem duas pessoas que, agora não me lembro como, me ajudam a fugir. Uma fica na casa pois não é procurada pela polícia e a outra, que também está sendo procurada, foge comigo. Esta outra é uma bonita jovem. É ela quem dirige o carro. Entramos por um caminho de terra. Em determinado lugar o caminho está impedido. Eu falo: "estamos em uma reserva ecológica". Oriento-a a seguir para a cidade.

Me vejo trafegando pela cidade. Me sinto mais tranquilo. Reparo como minha companheira de fuga é bonita. Vamos até a casa de uns parentes a fim de arranjar ajuda para fuga. Lá ninguém se preocupa com a minha preocupação, todo mundo olha para ela...."

 

 

 

Visualização:

"Estou tanto na casa bonita de madeira como em um mato que existe ao lado da casa. Na casa eu estou alegre, feliz, realizado. No mato eu estou preocupado, sempre observando se aparece alguma coisa ruim. Eu tento estabilizar a imagem na casa, pois é ruim estar no mato. Peço para minha mente me colocar na casa. Percebo que dentro de mim tem alguém rindo, rindo de mim, me achando ridículo. "Quem sou eu para estar na casa feito gente rica?" a voz me fala. Fico com raiva dela. Sinto vontade de chorar. Minha cabeça está uma grande confusão. Não sei mais nada. Me lembro da polícia e lembro que eu tenho que fugir dela. Não tenho vontade de fugir, não tenho vontade de nada. Fico ali parado. Percebo que não sei onde estou. Faço um esforço, peço para minha mente clarear a imagem. Percebo que eu sou dois, eu estou nos dois lugares, só que o [ eu ] que está na casa está calado. Fico com vontade de que os meus dois eus se encontrem. Quero que o [ eu ] que está na casa desça até o mato. Reparo que acredito que o [ eu ] que está no mato não pode subir até a casa. Fico com raiva. Tento fazer o eu do mato andar até a casa, mas reparo que não consigo controlá-lo. O tempo passa e eu fico cada vez mais angustiado. Começo a acreditar que esta visualização vai ser muito ruim. Lembro da mulher. Procuro pensar nela, peço para minha mente me apresentar a ela. Ela aparece. A imagem se transforma: ela está na varanda e eu no jardim embaixo da casa. Ela está linda, maravilhosa. Seu sorriso é a coisa mais terna que eu já vi. Seu corpo é perfeito. Eu vejo o corpo através da transparência da roupa. Eu sinto que a estou amando, sinto que a desejo. Dentro de mim a voz volta: "deixa de ser ridículo. Se bota no seu lugar". Esta voz acaba com a beleza de tudo. Acho que é isto: acaba com a beleza de tudo. Desta vez não deixo ela acabar com a beleza das coisas. Volto minha atenção para a mulher. Como é linda! Eu olho para o mato e começo a achá-lo lindo, ele começa a ter muita vida, muitas coisas bonitas. Eu olho para a casa. Olho para ela. Olho de novo para o mato e me vejo no meio de um campo. Não sinto que estou perdido, nem que devo procurar ajuda. Não quero saber onde estou. Eu estou diferente. Só tenho vontade de reencontrar a mulher. Sinto falta do sentimento bonito que senti por ela. Queria poder sentir seu corpo, tocar sua pele. Com ela ao meu lado poderia ficar dias passeando pelo campo. ( Na hora da visualização eu não me senti ridículo como me sinto agora [ que escrevo ]. Bobagem minha me sentir assim. ) Eu comecei a andar pelo campo. Não havia nada, parecia tudo deserto. Não havia nem animal. Depois de muito andar me senti cansado. Parei. Sentei. Queria descansar. Pela primeira vez senti que sentei sem me preocupar com onde e como estava sentando. Comecei a rir de mim. Ri de alegria. Fiquei muito alegre. Havia algo de diferente em mim.

As imagens começaram a ficar fracas. Comuniquei que iria acabar com a visualização, agradeci e despedi.

Logo que me levantei vi minha filha. Me deu vontade de abraçá-la e conversar com ela. Nesta hora veio na minha cabeça a idéia de que minha filha não tinha que ser como sua mãe de sangue. Ela deveria ser igual a nós que a criamos. Descobri que me mantinha distante dela já prevendo o futuro que ela teria."

 

Avaliação:

"Penso que estou sonhando acordado. É muito difícil entender tudo o que aconteceu. Estou bastante diferente. Estou pensando como foi bom sentar no chão e não me preocupar com nada. Acho que fui eu mesmo. Foi gostoso poder sentir coisas sem me sentir culpado. Deixar de me preocupar com o que os outros vão pensar. Deixar de me preocupar com tudo. A parte mais importante de toda esta visualização foi poder abraçar minha filha. Só de lembrar sinto uma coisa boa no meu peito. Agora eu entendo como o destino dela está ligado ao meu. Estou com muitas esperanças da minha filha melhorar. Agora que eu melhorei entendi que ela não precisa ser como a outra [ mãe ]. Ela pode ser e é como nós. Vou procurar manter na minha memória este exemplo de como eu posso ser. Daqui a alguns dias vou poder avaliar melhor tudo isto. São muitos fatos acontecendo ao mesmo tempo. Neste momento me sinto confuso."

 

 

Comentário:

Esta visualização é muito significativa uma vez que revela claramente 3 forças agindo no interior desta pessoa. Existe uma parte que quer viver com prazer, sentindo a beleza da vida (A). Existe uma parte que se coloca no mundo sempre esperando algo ruim e esquecendo tudo de bom que a vida pode lhe proporcionar (B). Existe também uma parte que só sabe criticá-lo, levá-lo para baixo (C). Durante muito tempo as partes B e C calaram a parte A. Ele sempre viveu se preocupando com os outros e se sentindo inferior. Este fato explica porque ele se agarrou tão fortemente à questão moral: para compensar a negatividade dos seus lados B e C. O sonho mostrou que a parte A começa a ficar mais forte. Com a visualização ele começou a vivenciar os aspectos positivos que esta parte lhe proporciona.

Ele descobre que pode ser ele próprio sem estar sempre preocupado. Descobre que pode ser alegre, feliz e ter paz. Ele descobriu que podia mudar e com isto descobre que sua filha também poderia mudar. Não existia nenhuma "maldição" que a obrigava a ser uma "perdida" na vida. Mudou a forma dele perceber o mundo, mudou a forma dele sentir a filha.

Esta visualização se tornou um verdadeiro ponto de mudança na vida do pai e também no tratamento da filha, pois esta passou a se sentir mais amada e aceita. O pai passou a desenvolver seu lado sensível, retomando o gosto pela leitura e conseguindo ser mais carinhoso com os filhos e os netos. Aqui podemos ver a realidade interna do indivíduo moldando a realidade externa.

Um dos fatos mais importantes aconteceu quando ele já havia terminado a visualização em si ( finalizado o sexto passo ): ficar junto da filha. Isto mostra como a pessoa, logo após a visualização, já passou por transformações interiores e que o reflexo destas transformações serão sentidos na sua vida diária. A pessoa se transforma de dentro para fora.

Observe que quando L.A. sente que a visualização está se tornando difícil ele se lembra de um personagem do sonho e procura inseri-lo, pedindo para mente colocá-lo na visualização ( ele não imaginou por conta própria ). É um bom modo de tornar produtivo uma visualização que não está sendo produtiva. Mas, note bem, esta personagem já era muito importante no sonho, por isto ela foi capaz de produzir grandes mudanças na visualização.

L.A. se constrangeu com seu desejo afetivo/sexual pela personagem. Este constrangimento aconteceu porque ele não levou em consideração que aquele personagem era também uma parte dele. Ele projetou para a vida cotidiana o fato. Nossa mente tem uma inteligência superior e talvez tenha sido ela que o tenha feito terminar a visualização sozinho a fim de não manter este constrangimento. Afinal, o foco da questão era ele voltar a vivenciar o seu lado sensível, afetivo, e todas as boas conseqüências daí advindas ( inclusive um aumento do desejo sexual ). É preciso lembrar que o ato de nos amarmos significa amarmos nossos personagens interiores também, inclusive os femininos ( nos homens ) e os masculinos ( nas mulheres ).

Neste caso, um outro efeito das suas transformações interiores foi o fato de L.A. ter voltado a ter um bom sono, após anos de problemas de insônia. As transformações pelas quais L.A. passou propiciaram um novo sentido para sua vida, diminuiu a tensão interna e tornou-o menos crítico e autocrítico. Tudo isto favorece a um sono bom e restaurador.

Toda avaliação deve ser feita sem se preocupar com a construção de frases ou com a beleza de texto. Deve ser espontânea. Escrevendo as idéias que lhe vem à mente. É por isto que quando você lê uma avaliação geralmente ela é curta e com frases as vezes dispersas. A pessoa não deve se preocupar em explicar o que está vivendo e descobrindo. O importante é conseguir fazer uma ponte entre a visualização e a vida cotidiana. E isto L.A. conseguiu. Assim como assumiu um compromisso ético consigo mesmo.

Sempre que anotar sonhos, visualização ou avaliação procure utilizar frases curtas e objetivas.

Nunca é demais relembrar que o sonho e a visualização produzem histórias verdadeiras, pois são histórias que revelam a realidade interna da pessoa.

 

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